Há várias maneiras de se empregar a palavra liberdade. A mais corriqueira delas é a que identifica o ser livre com o estar solto, ou seja, de não termos nenhum constrangimento em nossa ação. O pássaro é livre para voar, se diz. Essa é a liberdade natural. E aqui já começam os problemas. No domínio das leis naturais, a liberdade de uns pode ser a desgraça de outros. A liberdade natural do lobo comer as ovelhas redunda na desgraça das ovelhas serem naturalmente comidas pelos lobos. É a verdadeira lei da selva, a lei do mais forte. Não é por acaso que os chamados liberais utilizam esse modo de entender a liberdade para justificar o sistema capitalista. Parece que há liberdade de escolha, mas na verdade o que vigora é a liberdade do poderoso (o proprietário do capital) dominar o fraco (o proprietário da força de trabalho).